terça-feira, dezembro 11, 2007

A JUFRA E A PARÓQUIA

A JUFRA E A PARÓQUIA
Risco de rivalidade ou possilibidade de integração

Frei Bruno Perrot, frade capuchinho da Provincia de Piemonte, foi muitos anos assistente da JuFra e é ainda assistente espiritual da OFS, fraternidade de Fossano. Ele faz esta reflexão tendo como pano de fundo a experiência vivida nesta região da Itália. Transportanto esta experiência para a nossa realidade constatamos que em algumas paróquias acontece exactamente a mesmissima coisa.

A Igreja é o povo de Deus, a comunidade dos crentes cristãos. A Igreja Universal compreende todos os cristãos e está subdividida em Dioceses que têm como pastor o Bispo. A Diocese, por sua vez, é subdividida em comunidades paroquiais.
O Espírito Santo suscitou, dentro da Igreja Universal, carismas particulares que, no curso da história, deram origem a várias formas de Vida Consagrada (monges, frades, freiras, etc.). O carisma de S. Francisco deu origem tanto a Ordens de Vida Consagrada como a uma Ordem de leigos, a Ordem Franciscana Secular (OFS). Faz parte do carisma franciscano também a JuFra, isto é, uma fraternidade composta de jovens que querem viver a sua juventude guiados pela espiritualidade franciscana.
A igreja, portanto, é um organismo complexo, não reduzível a expressões territoriais, como por exemplo as paróquias. Uma fraternidade da JuFra pode ser composta de jovens provenientes de diferentes paróquias. A JuFra para viver bem o seu carisma precisa de formação, de encontros fraternos e para isto é necessário tempo e energia [Pensando nisto o nosso Estatuto difende que quem pertence à JuFra não deve pertecer a outros grupos juvenis]. Por este motivo os jovens da JuFra, às vezes, [Em Cabo Verde, pouquissimas vezes] não estão disponíveis a prestar serviços na paróquia. Não se pode fazer tudo e tudo bem feito.
Em Piemonte (Itália) dá-se que a JuFra não é bem vista pelos párocos porque parece “roubar” os jovens das próprias paróquias. Na verdade, não existe nenhuma concorrência com nunhuma paróquia, porque a experiência dos jovens franciscanos é uma experiência forte de fraternidade cristã e de minoridade franciscana evangélica e não impede a ligação e relação com o resto da Igreja, antes, ajuda os jovens da Jufra a serem testemunhas no mundo de hoje aquilo que vivem em fraternidade. O caminho da JuFra tem um término e a pessoa uma vez adulta e tendo interiorizado os valores da espiritulidade franciscana pode levar à paróquia um válido testemunho e colaborar activamente nas actividades da comunidade paroquial. É importante não fechar-se mas dialogar pondo a frutificar aquilo que o Espirito sugere.

Texto de Frei Bruno Perrot, capuchinho
Tradução do italiano, introdução e parenteses: Frei Gilson Frede, capuchinho